Ao Vivenciar a Bênção do
Silêncio, Vemos a Verdade
 
 
Carlos Cardoso Aveline
 
 
 
 
 
* Nossa capacidade de aprender depende tanto da concentração quanto da abertura mental que temos. Os horizontes são amplos em teosofia. O centro da consciência do peregrino está firmemente estabelecido no caminho para a verdade universal, que ele sente que existe em secreta Unidade com ele mesmo, e com todos os seres.
 
* É desejável transcender o mundo estreito dos eus inferiores. Podemos libertar-nos de apegos pessoais indevidos se não formos enganados por meras palavras e aparência.
 
* Ao vivenciar a bênção do silêncio, vemos a verdade. Para usar as palavras de modo adequado, é preciso ser independente delas. Cabe usá-las como ferramentas da expressão daquela verdade que enxergamos sem a intermediação do mundo verbal. O pensamento que se prende a palavras pode induzir à percepção da verdade; pode corroborar e aprimorar a sua compreensão; mas não pode substituí-la. Sua função é auxiliar.
 
* A simetria dinâmica em que opera uma intenção nobre é fator chave no caminho da sabedoria. Aquele que alcança o equilíbrio interno pode voar acima das formas tanto defensivas como agressivas de ignorância. Ele tem assim os meios para elevar-se até o reino da pura justiça e das proporções harmônicas, em que vivem os Sábios imortais.
 
* Pode-se ver o tamanho da alma de alguém observando as suas metas pessoais. E também examinando os métodos que a pessoa usa para alcançá-las. Ao avaliar os nossos objetivos mais importantes, conhecemos a nós mesmos. [1]
 
O Final das Civilizações
 
* Cada vez que uma civilização deixa de ser útil ao crescimento interno das almas humanas, ela morre e desaparece gradualmente, para que novos ciclos de Carma possam acontecer sobre a base das lições aprendidas. O final de estruturas coletivas destituídas de alma é muitas vezes uma coisa feia de ver. Os exemplos na História são vários. E no entanto, o fim de uma estrutura social cega é também uma libertação abençoada, uma ruptura com a ilusão, e produz um profundo sentido de alívio no espírito humano.
 
O Propósito do Conhecimento
 
* Helena Blavatsky e os Mestres orientais de Sabedoria deixaram claro em vários escritos que conhecer o lado teórico da filosofia esotérica tem escasso valor se não houver um sentido correspondente de responsabilidade.
 
* O propósito de saber algo da longa História da Vida em nosso globo – e em outros globos também – está em perceber e viver à altura da nossa responsabilidade pela sua evolução presente e futura. O sentido de estudar a Lei do Carma e da Reencarnação é ser capaz de agir de modo sábio e plantar corretamente aquilo que queremos colher.
 
Alcançando o Autoesquecimento
 
* A vaidade e o desânimo são dois obstáculos simétricos ao longo do Caminho.
 
* A perda de esperança ou entusiasmo pode encontrar uma falsa compensação no orgulho, assim como na vaidade. Para muitos, a ideia de que os seus esforços pessoais têm “uma importância decisiva” funciona como uma fuga subconsciente do desânimo.
 
* A vaidade, porém, leva à derrota. Os dois opostos alimentam um ao outro. A fonte de onde surgem é o egoísmo, que, por sua vez, deriva da falta de autoconhecimento.
 
* A aprendizagem liberta o peregrino. O verdadeiro autoconhecimento é o conhecimento do seu eu superior, impessoal e imortal. À medida que o estudante de teosofia expande o contato com sua alma espiritual, ele “esquece” de si mesmo no sentido de deixar de lado qualquer apego exagerado ao eu inferior. 
 
* Ao “esquecer” o mundo pequeno e estreito das preocupações pessoais, o peregrino “lembra” de coisas mais valiosas, e o eu inferior começa a trabalhar com eficiência por um propósito elevado.
 
NOTA:
 
[1] Traduzido da edição de fevereiro de 2014 de “The Aquarian Theosophist”, p. 03.
 
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O artigo “Ideias ao Longo do Caminho – 36” foi publicado como item independente em 03 de fevereiro de 2022. Uma versão inicial e anônima dele faz parte da edição de agosto de 2017 de “O Teosofista”, pp. 11-12. O artigo inclui as notas da página 7 e 8 da mesma edição.
 
Embora o título “Ideias ao Longo do Caminho” corresponda ao título em língua inglesa “Thoughts Along the Road”, de Carlos C. Aveline, não há uma identidade exata entre os conteúdos das duas coletâneas de pensamentos.
 
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 
 
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