Vários Tipos de Ioga Fazem
Parte da Filosofia Esotérica
Carlos Cardoso Aveline
Na foto, Gabriel Tarde (1843 – 1904) mantém as mãos na postura do
mudra Uttarabodhi, ao qual se atribui o efeito de expandir a consciência
* Cabe pensar por si mesmo. Se uma manada de búfalos corre a toda velocidade para um precipício, não há motivo para aderir à aparente “unanimidade”.
* Por maior que seja a quantidade de ações sem ética que vemos na vida diária, há fortes motivos para permanecer longe da influência fétida que elas geram. A falta de sinceridade pertence ao mundo ilusório: a mentira extingue a si própria. As ações egoístas são punidas a seu devido tempo pela lei invariável do plantio e da colheita.
* Em qualquer circunstância, a escolha do caminho honesto está ao alcance do cidadão. A imperfeição é parte da caminhada, assim como o aperfeiçoamento. Não há nada mais forte ou mais elevado que a verdade: a vida pura e a ajuda mútua renascem constantemente, descartando passo a passo o egocentrismo e outras formas de ignorância.
* O processo tríplice de vivência da teosofia inclui como fatores decisivos o autoconhecimento, o autocontrole e a vida altruísta.
* Vários tipos de Ioga fazem parte da filosofia esotérica. No entanto, a Ioga em teosofia não é uma questão que dependa sobretudo desta ou daquela técnica. A vitória ocorre pouco a pouco quando o peregrino mantém diante de si um Ideal de autoaperfeiçoamento. A Ioga inclui o conjunto da vida, e também algumas técnicas.
* A influência sutil da intenção sagrada na alma muda para melhor, silenciosamente, nosso desempenho na vida diária. O progresso é seguro quando o peregrino estuda a filosofia da sabedoria eterna e preserva diante de si, noite e dia, a essência interior do que aprende.
* A história avança em espiral: a liderança dos povos obedece à lei dos ciclos. Diferentes nações comandam por algum tempo a civilização humana, antes de serem substituídas por outros países e novas formas de liderança. Quando as nações-líderes são destronadas, precisam redescobrir uma atitude mais humilde diante da vida internacional. E cabe prestar atenção ao processo das nações e culturas mais antigas da Terra. Em alguns casos, há uma influência invisível que vem delas e ajuda a estabilizar a evolução humana de hoje.
* Quando o estudante faz um esforço para concentrar a mente sobre uma realidade espiritual valiosa, ele precisa saber o que fazer diante das renovadas distrações de todo tipo. Fechar os olhos é inviável, já que a verdadeira concentração necessita de uma mente aberta. A chave está no desapego.
* O peregrino bem informado desenvolve uma capacidade de compreender com rapidez os fatos novos e deixá-los imediatamente de lado sempre que são destituídos de real significado.
* A ausência de sentimentos egoístas torna possível olhar para os fatos de maneira honesta. O altruísmo permite ter a visão de um pássaro que voa no alto, transcendendo os corredores estreitos formados por interesses pequenos. O horizonte amplo surge à medida que nos sentimos bem no céu do pensamento universal e do tempo ilimitado.
A Sociologia da Alma
* O pensador francês Gabriel Tarde escreveu: “A sociologia será uma psicologia ou nada será.” [1]
* A afirmação corresponde a um axioma em teosofia, e expressa o fato básico de que as formas materialistas de sociologia, que ignoram a existência da alma, estão condenadas à lata de lixo da História.
* A psicologia é a ciência da alma. Helena Blavatsky ensinou que não há separação entre o Carma individual e o Carma (ou Destino) coletivo. Os processos pessoais e sociais de pensamento interagem o tempo todo. Uma visão ética da vida ocorre simultaneamente em indivíduos, relações interpessoais, grupos pequenos e comunidades – tanto no plano local como no plano da nação e em escala planetária.
* Qualquer país está condenado à irrelevância se as pessoas que vivem nele não puderem ouvir suas almas. As nações são abençoadas na medida em que seus cidadãos pensam e atuam à luz das suas próprias consciências.
NOTA:
[1] A frase é reproduzida do livro “Psicologia Grupal”, de Luiz Carlos Osorio, ArtMed, São Paulo, Brasil, 2007, ver p. 8. Gabriel Tarde nasceu em 12 de março de 1843.
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O artigo “Ideias ao Longo do Caminho – 37” foi publicado como item independente em 18 de fevereiro de 2022. Uma versão inicial e anônima dele faz parte da edição de setembro de 2017 de “O Teosofista”, pp. 4-5. O artigo agora inclui a nota “A Sociologia da Alma”, pp. 2-3 da mesma edição.
Embora o título “Ideias ao Longo do Caminho” corresponda ao título em língua inglesa “Thoughts Along the Road”, de Carlos C. Aveline, não há uma identidade exata entre os conteúdos das duas coletâneas de pensamentos.
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”.
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