O Processo de Despertar da Consciência Universal
Alpha
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Nota Editorial:
O título original deste artigo é “Initiation”. Ele
foi publicado pela primeira vez na revista “The
Theosophist”, na Índia, em junho de 1886. O texto foi
traduzido do volume “Theosophical Articles and Notes”,
The Theosophy Co., Los Angeles, 314 pp., 1985, pp. 60-61.
O autor, “Alpha”, descreve a Iniciação esotérica – um processo
vivo de expansão da consciência humana que nada tem a ver
com meras corporações religiosas ou burocracias ritualistas.
(Carlos Cardoso Aveline)
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Como qualquer um sabe, em todas as grandes religiões da antiguidade havia certos graus entre os devotos, e os passos sucessivos pelos quais estes graus podiam ser alcançados eram assinalados pela iniciação nos mistérios.
Tais iniciações ainda existem entre os que decidiram devotar-se à Religião-Sabedoria. Por sua própria natureza elas estão envoltas no mais profundo mistério, por isso tem havido grande curiosidade em torno do caráter preciso destas iniciações.
Muitos parecem considerar a iniciação como um processo meramente mecânico, que depende apenas da vontade do iniciador, e alguns tendem a criticar os administradores dos mistérios por não publicarem do modo mais amplo possível todo o conhecimento que possuem, de modo que ele esteja ao alcance de qualquer indivíduo dotado de uma mente curiosa.
No entanto, a parte realmente importante da iniciação está na adequação do próprio candidato. Assim como se diz na Bíblia que o vinho novo em odres velhos pode romper aqueles recipientes, do mesmo modo, quando o conhecimento esotérico é transmitido em quantidade muito maior que o progresso já realizado, o equilíbrio da mente do candidato é desestabilizado, e é possível que surja uma doença mental.
Portanto, a atitude que deveríamos adotar não é a de um intenso desejo por uma iniciação – que frequentemente é apenas uma forma de ambição, um desejo de ser mais sábio que os outros – ; e sim uma intensa determinação de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para preparar-nos para receber a iniciação.
Se é verdade que “todo o universo é um agregado de estados de consciência”, como consequência natural disso a verdadeira diferença entre um iniciado e um não-iniciado parece estar no fato de que o iniciado olha todas as coisas de um ponto de vista completamente diferente da maioria dos seres humanos. Não é que ele tenha tido acesso a certos itens de conhecimento que os outros não possuem – tal como o modo de controlar as forças ocultas da natureza –; mas é que ele está em todo um plano de consciência mais elevado. Se este plano mais elevado foi alcançado, a consequência é que todo o espectro de ideias será diferente do de outras pessoas, e ele será sensível ao funcionamento de causas cujo alcance é muito maior que o percebido pelos outros. É como se ele tivesse informações mais elevadas e melhores, de modo que pode chegar a conclusões mais justas, e só esse fato é suficiente para dar-lhe um enorme poder interior.
A ação de todo o universo é apenas uma manifestação detalhada – e um exemplo – da ação da mente sobre a matéria, em um processo que é governado em seu ponto mais alto pela ação da mente universal. Entre a mente humana finita do indivíduo comum não-iniciado e esta mente universal há um número infinito de graus ascendentes, e quanto mais alto o plano de consciência, mais próximo ele estará da mente universal, que é, digamos, a fonte principal do todo.
Embora não haja separações mecânicas e lineares na natureza, estes vários graus podem ser assinalados em algumas grandes divisões; e é a conquista sucessiva destes níveis, um após o outro, que é representada pela ideia de “graus de iniciação”. Quando um plano de existência esgotou-se, torna-se necessário, de certo modo, um novo impulso que nos capacite a ir mais acima, e isso é dado durante o período da iniciação.
The Theosophist, Junho de 1886.
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Em setembro de 2016, depois de cuidadosa análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas, que tem como uma das suas prioridades a construção de um futuro melhor nas diversas dimensões da vida.
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