Pomba Mundo
 
As Premissas Básicas da Doutrina Secreta
 
 
Helena P. Blavatsky
 
 
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Nota Editorial:
 
No Proêmio da sua obra  “A Doutrina Secreta”,
Helena Petrovna Blavatsky apresenta três proposições
fundamentais como axiomas necessários para a compreensão da
filosofia esotérica. É este texto decisivo que reproduzimos a seguir.
 
A tradução foi feita da edição original de “The Secret
Doctrine”, publicada em Londres em 1888, conforme a
edição fac-similar de “The Theosophy Co.”, Los Angeles, 1982,
pp. 13-20. A tradução da obra “A Doutrina Secreta”, edição
original, está ocorrendo pela primeira vez em língua portuguesa e
sua publicação ocorre passo a passo em  nossos websites associados.
 
(Carlos Cardoso Aveline)
 
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Antes que o leitor passe a considerar as Estâncias do Livro de Dzyan, que formam a estrutura da presente obra, é absolutamente necessário que ele seja informado das poucas concepções fundamentais que estão na base e permeiam todo o sistema de pensamento para o qual é chamada a sua atenção. Estas ideias básicas são poucas em número, e é da clara percepção delas que depende tudo o que se segue; portanto, não é necessário pedir desculpas por solicitar ao leitor que se familiarize primeiro com elas, antes de começar o exame da obra propriamente dita.
 
A Doutrina Secreta estabelece três proposições fundamentais: [1]
 
(a) Um PRINCÍPIO Onipresente, Eterno, Ilimitado e Imutável, sobre o qual toda especulação é impossível, porque ele transcende o poder da concepção humana e só poderia ser distorcido por qualquer expressão ou comparação humanas.  Está além dos limites e do alcance do pensamento – nas palavras do Mandukya, é “impensável e indescritível”.
 
Para que estas ideias fiquem mais claras para o leitor geral, ele deve começar com o postulado de que há uma Realidade absoluta que antecede todo ser manifestado,  condicionado.  Esta Causa Infinita e Eterna – vagamente formulada nas ideias de “Inconsciente” e “Incognoscível”  da filosofia europeia atual – é a raiz sem raiz de “tudo o que foi, é,  ou será algum dia”. Ela é naturalmente destituída de quaisquer atributos, e essencialmente não possui qualquer relação com o Ser manifestado e finito.  Ela é a “existencialidade”, mais do que Ser (em sânscrito, Sat) [2], e está além de todo pensamento e especulação.
 
Essa “existencialidade” é simbolizada na Doutrina sob dois aspectos. De um lado, Espaço absoluto e abstrato, o que representa  pura subjetividade, a única coisa que nenhuma mente humana pode nem conceber por si mesma, nem excluir das suas concepções.  De outro lado, absoluto Movimento Abstrato, representando a Consciência Incondicionada. Até mesmo os nossos pensadores ocidentais têm mostrado que a Consciência é inconcebível para nós, se estiver separada da mudança; e é o movimento que melhor simboliza a mudança, a sua característica essencial.  Este último aspecto da Realidade una também é simbolizado pela expressão “A Grande Respiração”, uma imagem  tão clara que não necessita mais explicações. Assim, o primeiro axioma fundamental da Doutrina Secreta é  este  UNO ABSOLUTO  – A EXISTENCIALIDADE -, simbolizado pela inteligência finita através da Trindade teológica.
 
No entanto, mais algumas explicações podem ser úteis ao estudante.
 
Ultimamente, Herbert Spencer tem modificado tanto seu Agnosticismo que chega ao ponto de afirmar que a natureza da “Causa Primeira” [3]  que o Ocultismo, de modo mais lógico, vê como sendo derivada da “Causa Sem Causa”, o “Eterno” e “Incognoscível”  –  pode ser essencialmente a mesma causa da Consciência que brota dentro de nós: em resumo, que a realidade impessoal que permeia o Cosmo é o puro númeno do pensamento. Este progresso da sua parte coloca-o muito próximo da doutrina esotérica e vedantina. [4]
 
Parabrahm  (a Realidade Una, o Absoluto) é o campo da Consciência Absoluta, isto é, aquela Essência que está fora de qualquer relação com a existência condicionada, e da qual a existência consciente é um símbolo condicionado. Mas uma vez que nós passemos em pensamento para além desta (para nós) Absoluta Negação, surge a dualidade no contraste entre Espírito (ou consciência) e Matéria; Sujeito e Objeto.
 
O Espírito (ou Consciência) e a Matéria devem no entanto ser vistos não como realidades independentes, mas como as duas facetas ou  os dois aspectos do Absoluto (Parabrahm), que constitui a base do Ser condicionado, seja ele subjetivo ou objetivo. 
 
Considerando esta tríade metafísica como a Raiz da qual procede toda manifestação, a grande Respiração assume o caráter da Ideação pré-cósmica. Ela é a  fons et origo da energia e de toda consciência individual,  e  dá a inteligência orientadora no vasto esquema da Evolução cósmica. Por outro lado, a substância-raiz pré-cósmica (Mulaprakriti) é aquele aspecto do Absoluto que está na base de todos os planos objetivos da Natureza.
 
Assim como a Ideação Pré-Cósmica é a raiz de toda consciência individual, assim também a Substância Pré-Cósmica é o substrato da matéria nos vários graus da sua diferenciação.
 
A partir disso, fica claro que o contraste  entre estes dois aspectos do Absoluto é essencial para a existência do “Universo Manifestado”.  Separada da Substância Cósmica, a Ideação Cósmica não poderia  manifestar-se como consciência individual,  já que é só através de um veículo [5]  material que a consciência surge como “eu sou eu”, sendo necessária uma base física para focar um raio da Mente Universal em determinado estágio de complexidade. Novamente, separada da Ideação Cósmica, a Substância Cósmica permaneceria como uma abstração vazia, e nenhum surgimento da consciência poderia ocorrer.
 
O “Universo Manifestado”, portanto, é permeado pela dualidade, e a dualidade constitui, digamos, a própria essência da sua  EX-istência como “manifestação”. Mas assim como os polos opostos do sujeito e do objeto, do espírito e da matéria, são apenas aspectos da Unidade Única na qual eles são sintetizados, assim também, no Universo manifestado, há “aquilo” que liga o espírito à matéria, o sujeito ao objeto.
 
Esse algo, atualmente desconhecido para a especulação ocidental,  é chamado pelos ocultistas de Fohat.  Ele é a “ponte” pela qual as “Ideias” que existem no “Pensamento Divino” são impressas na substância Cósmica como “leis da Natureza”.  Fohat é, assim, a energia dinâmica da Ideação Cósmica; ou, visto do outro ponto de vista, é o meio inteligente, o poder orientador de toda manifestação, o “Pensamento Divino” transmitido e tornado manifesto pelos Dhyan Chohans [6], os Arquitetos do mundo visível. Assim, do Espírito, ou Ideação Cósmica, vem a nossa consciência; da Substância Cósmica, vêm os vários veículos nos quais aquela consciência é individualizada e alcança a autoconsciência ou consciência reflexiva; enquanto que Fohat, em suas várias manifestações, é o elo misterioso entre a Mente e a Matéria, o princípio animador que eletrifica cada átomo, dando-lhe vida.
 
O seguinte resumo transmitirá uma ideia mais clara ao leitor.
 
(1.) O ABSOLUTO; o Parabrahm dos vedantinos ou a Realidade una, SAT, que é, como diz Hegel, tanto o Absoluto Ser como o Absoluto Não-Ser.
 
(2.) A primeira manifestação, o Logos impessoal e, em filosofia, o Logos imanifestado, precursor do  “manifestado”. Esta é a “Primeira Causa”, o “Inconsciente” dos panteístas europeus. 
 
(3.) Espírito-matéria, VIDA; o “Espírito do Universo”, o Purusha e Prakriti, ou segundo Logos.
 
(4.) Ideação Cósmica, MAHAT ou Inteligência, a Alma-do-Mundo Universal ; o Númeno Cósmico da Matéria, também chamado de MAHA-BUDDHI.
 
A REALIDADE UNA; os seus aspectos duais no Universo condicionado.
 
A Doutrina Secreta afirma também: –
 
(b) A Eternidade do Universo in toto como um plano ilimitado; sendo periodicamente “cenário de inúmeros Universos que se manifestam e desaparecem incessantemente”, chamados de “estrelas em manifestação” e “centelhas da Eternidade”. “A Eternidade do Peregrino” [7] é como um piscar do Olho da Autoexistência (Livro de Dzyan). “A aparição e a desaparição de Mundos é como o fluxo e o refluxo regulares da maré.” (Veja, na Parte II, “Dias e Noites de Brahmâ”.)
 
Esta segunda afirmação da Doutrina Secreta estabelece a absoluta universalidade daquela lei da periodicidade, do fluxo e refluxo, da maré alta e baixa, que a ciência física tem observado e registrado em todos os departamentos da natureza. Alternâncias como as de Dia e Noite, Vida e Morte, Sono e Despertar, são fatos tão comuns, tão perfeitamente universais e sem exceção que é fácil compreender que neles nós vemos uma das leis absolutamente fundamentais do universo.
 
Além disso, a Doutrina Secreta ensina também: –
 
(c) A identidade fundamental de todas as Almas com a Alma-Superior Universal, sendo esta última, em  si mesma, um aspecto da Raiz Desconhecida; e a peregrinação obrigatória de  cada Alma – uma centelha da Alma-Superior Universal – através do Ciclo da Encarnação (ou “da Necessidade”), de  acordo com a lei Cíclica e Cármica, durante todo o período. Em outras palavras, nenhum Buddhi (alma divina) puramente espiritual pode ter uma existência independente (consciente) antes que a centelha, que surgiu  da pura Essência do Sexto princípio Universal, – ou ALMA-SUPERIOR – tenha, (a) passado através de cada forma elemental do mundo fenomênico daquele Manvântara, e (b) adquirido individualidade, primeiro por impulso natural, e depois por impulsos autoinduzidos e autoplanejados (limitados pelo  seu Carma), ascendendo assim através de todos os graus de inteligência, desde o Manas mais  inferior até  o Manas mais elevado, do mineral e do vegetal até o mais sagrado arcanjo (Dhyani-Buddha). A doutrina central da filosofia Esotérica não admite privilégios ou dons especiais no homem, exceto aqueles que tenham sido conquistados por seu próprio Ego através de esforço e mérito pessoal ao longo de toda uma longa série de metempsicoses e reencarnações. É por isso que os hindus dizem que o Universo é Brahma e Brahmâ, porque Brahma está em cada átomo do universo, e os seis princípios na Natureza são todos  resultados – os aspectos diversamente diferenciados – do SÉTIMO e UNO, a única realidade no Universo, seja Cósmico ou microcósmico; e também  é por isso que as permutações (psíquicas, espirituais e físicas), no plano da manifestação e da forma, do sexto  (Brahmâ, o veículo de Brahma)  são vistas por antífrase metafísica como ilusórias e Maiávicas. Porque embora a raiz de cada átomo individualmente, e de cada forma coletivamente, seja aquele sétimo princípio ou a Realidade una, ainda assim, no seu mundo fenomênico manifestado e na sua aparência temporária, ela não é mais que uma ilusão passageira dos nossos sentidos. (Para uma definição mais clara, veja, na parte III deste volume I, o Adendo “Deuses, Mônadas e Átomos”, e também “Teofania”, “Bodhisatvas e Reencarnação”, etc., etc.)
 
Na sua dimensão absoluta, o Princípio Único, sob seus dois aspectos (de Parabrahmam e Mulaprakriti) é sem sexo, incondicionado e eterno. A sua emanação periódica (manvantárica) – ou radiação primária – também é una, andrógina e fenomenicamente finita.  Por sua vez quando a radiação ocorre todas as suas irradiações são também andróginas, tornando-se masculinas e femininas em seus aspectos inferiores.  Depois de um Pralaya, seja  o Pralaya grande  ou o  menor  (esse  último deixa os  mundos  em  statu quo [8]), o primeiro que redesperta para a vida ativa é o Akasha plástico, o Pai-Mãe, o Espírito e a Alma do Éter, ou o plano da superfície do Círculo. O Espaço é chamado de “a Mãe”, antes da sua atividade cósmica, e Pai-Mãe no primeiro estágio do redespertar. (Veja os Comentários à Estância II.)  Na  Cabala, o Espaço é também Pai-Mãe-Filho. Mas se de um lado,  para a doutrina Oriental,  estes constituem o sétimo princípio do Universo manifestado, ou o seu “Atma-Buddhi-Manas” (Espírito, Alma, Inteligência), ou seja, a tríade que se ramifica e se divide nos sete princípios cósmicos e humanos, de outro lado, para a Cabala Ocidental dos místicos cristãos, trata-se da Tríade ou Trindade, e segundo os seus ocultistas, o macho-fêmea,  Jeová, Jah-Havah.  Esta é a única diferença entre as trindades esotérica e cristã. Os místicos e os filósofos, os panteístas orientais e ocidentais, sintetizam  a sua tríade pré-genética na pura abstração divina.  Os ortodoxos a antropomorfizam. Hiranyagarbha, Hari e Sankara – as três hipóstases do “Espírito do Supremo Espírito” em manifestação (por cujo título Prithivi, a Terra, saúda Vishnu em seu primeiro Avatar) – são as qualidades puramente metafísicas e abstratas de formação, preservação e destruição, e são os três Avasthas  (lit. hipóstases) divinos  daquilo que “não morre com as coisas criadas” (ou Achyuta, um nome de Vishnu); enquanto que o cristão ortodoxo separa sua Divindade  pessoal criadora nos três personagens da Trindade, e não admite nenhuma Divindade mais elevada.  Esta última, em Ocultismo, é o Triângulo abstrato; para os ortodoxos, é o Cubo perfeito. O deus criativo ou os deuses agregados são vistos pelo filósofo Oriental como Bhrantidarsanatah – “falsa compreensão”, algo “concebido como uma forma material devido a aparências errôneas”, o que é explicado como surgindo da visão ilusória da alma Egoísta, pessoal e humana (quinto princípio inferior). Isso foi expresso de maneira bela em uma nova tradução do Vishnu Purana. “Aquele Brahmâ em sua totalidade tem essencialmente o aspecto de Prakriti, tanto exteriorizado como não exteriorizado (Mulaprakriti), e também o aspecto de Espírito e o aspecto de Tempo. O Espírito, ó nascido-pela-segunda-vez, é o aspecto principal do Supremo Brahma.[9] O aspecto seguinte é duplo –  Prakriti, tanto exteriorizado como não exteriorizado, e o tempo é o último.” Na teogonia órfica, Cronos  é descrito como sendo também um deus ou agente gerado.
 
Neste estágio do redespertar do Universo, o simbolismo sagrado o representa como um Círculo perfeito com o ponto (raiz) no centro. Este signo era universal, portanto nós o encontramos também na Cabala. A Cabala Ocidental, no  entanto, agora nas mãos dos místicos cristãos, o ignora completamente, embora ele seja claramente mostrado no Zohar. Estes sectários começam pelo final, e  apresentam  como  símbolo do Cosmo  pré-genético este signo Å, chamando-o de “a União da Rosa e da Cruz”, o grande mistério da geração oculta, de onde vem o nome – rosacruzes (Rosa Cruz)!
 
No entanto, como se pode ver a partir do mais importante e mais bem conhecido dos símbolos rosacruzes, existe um que nunca até agora foi compreendido nem mesmo pelos místicos modernos. É o símbolo do “pelicano” que rompe e abre seu próprio peito para alimentar seus sete filhotes – o verdadeiro credo dos Irmãos da Rosacruz e um produto direto da Doutrina Secreta Oriental. Brahma (de gênero neutro) é  chamado de Kalahansa, o  que significa, como explicado por orientalistas ocidentais, o Eterno Cisne ou ganso (veja a Estância III, comentário  8);  e o mesmo ocorre com Brahmâ, o Criador.  Um grande erro fica desse modo à mostra. É Brahma (neutro) que deveria ser referido como Hansa-vahana (aquele que usa o cisne como seu Veículo), e não Brahmâ, o criador.  Brahmâ é o verdadeiro Kalahansa, enquanto Brahma (neutro) é hamsa, e “Ahamsa”, como será explicado no comentário. Deve ser levado em conta que os termos Brahmâ e Parabrahmam [10] não são usados aqui porque eles pertencem à nossa nomenclatura Esotérica,  mas apenas porque são mais familiares para os estudantes ocidentais. Ambos são os perfeitos equivalentes dos nossos termos com uma, três e sete vogais, que correspondem ao TODO UNO,  e ao Uno “Todo em Tudo”.
 
Estes são os conceitos básicos sobre os quais está estabelecida a Doutrina Secreta. 
 
Não cabe fazer aqui a defesa deles, nem dar qualquer comprovação do seu caráter intrinsecamente razoável. Tampouco posso fazer uma pausa para mostrar como estes conceitos estão na verdade contidos – embora demasiado frequentemente sob aparências enganosas – em cada um dos sistemas de pensamento ou sistemas filosóficos dignos deste nome.
 
Uma vez que o leitor tenha obtido uma clara compreensão desses conceitos, e tenha percebido a luz que eles lançam sobre todos os problemas da vida, já não será necessária mais nenhuma justificação deles junto ao leitor,  porque sua veracidade será tão evidente quanto a existência do Sol no céu.
 
NOTAS:
 
[1] Neste ponto, estamos na página 14 do volume I da edição original em inglês.  (CCA)
 
[2] Existencialidade.  No original  em inglês, BE-NESS; em sânscrito, SAT.  É um termo de difícil tradução.  Uma versão literalista seria “ser-alidade” (“a condição de ser”); mas  esta palavra não transmitiria a ideia. Na edição de “A Doutrina Secreta” que foi publicada pela Ed. Pensamento no século 20 – e que constitui uma tradução do texto adulterado por Annie Besant na década de 1890 –  é usada a palavra SEIDADE, um neologismo que não apresenta qualquer relação aparente com o verbo “ser”. Cabe registrar que, em inglês, o verbo “to be” significa não apenas “ser” e “estar”, mas também “existir”. Em consequência disso,  traduzir o termo “Be-ness” por uma palavra derivada de “existir” é admissível.  Além disso, o volume “The Secret Doctrine Dialogues” (Theosophy Co., Los Angeles, 2014), transcreve uma conversa de H.P. Blavatsky com alunos seus – em uma reunião em Londres – sobre a tradução do mesmo termo sânscrito SAT por  BE-NESS. Ela diz: “Eles riram de ‘Be-ness’ e no entanto não há outra maneira no mundo de traduzir a palavra Sat exceto como Be-ness, porque ela não significa existência, já que existência implica algo que sente que existe. Existência deve dar a ideia de haver um começo, uma criação, e um final (…….).” (p. 23). Assim, HPB associa claramente “BE-NESS” com  “Existência”, ao dizer que não se trata de existência, mas sim da condição da existência. Isso,  em português, seria “existencialidade”, ou a “potencialidade da existência e a sua condição essencial”. A palavra “Sat” também pode ser definida como “a realidade eterna no universo infinito, da qual não se pode dizer que existe, porque é a substância do Absoluto, Be-ness” (Ver o item “Sat” no “Theosophical Glossary”, Theosophy Company, Los Angeles). (CCA)
 
[3] A palavra “primeira”  indica necessariamente algo que é “o primeiro a ser produzido”, “o primeiro no tempo, no espaço e em hierarquia”, e portanto finito e condicionado.  O “primeiro” não pode ser o absoluto, porque é uma manifestação. Portanto, o Ocultismo Oriental chama o Todo Abstrato de “Causa Una Sem Causa”, a “Raiz Sem Raiz”, e limita a “Causa Primeira” ao Logos, no sentido que Platão dá a este termo. (Nota de H. P. Blavatsky)
 
[4] Veja as quatro eficientes palestras do Sr. Subba Row sobre o Bhagavad Gita, na revista “The Theosophist”, de fevereiro de 1887. (Nota de H. P. Blavatsky)
 
[5] Chamado em sânscrito de “Upadhi”. (Nota de H. P. Blavatsky)
 
[6] Chamados pela teologia cristã de Arcanjos, Serafins, etc. (Nota de H. P. Blavatsky)
 
[7] “Peregrino” é um termo para designar a nossa Mônada (os dois em um) durante seu ciclo de encarnações. É o único princípio imortal e eterno em nós, sendo uma parte indivisível do todo integral – o Espírito Universal, do qual ela emana, e no qual ela é absorvida no final do ciclo. Quando se afirma que a Mônada emana do espírito uno, está sendo necessário usar uma expressão inadequada e incorreta, por falta de palavras adequadas em inglês. Os vedantinos a chamam de Sutratma (Fio-da-Alma),  mas sua explicação, também,  difere um pouco da explicação dos ocultistas.  No entanto, deixamos para os vedantinos a tarefa de explicar a diferença.   (Nota de H. P. Blavatsky)
 
[8] Não são os organismos físicos, e muito menos os seus princípios psíquicos, que permanecem em statu quo durante os grandes pralayas cósmicos ou mesmo pralayas solares, mas somente as suas “fotografias” astrais ou akáshicas. Porém durante os pralayas menores, uma vez tomados pela “Noite”, os planetas permanecem intactos, embora mortos, assim como um animal enorme, capturado e soterrado no gelo polar, permanece igual durante eras. (Nota de H. P. Blavatsky)
 
[9] Assim, Spencer, embora, como Schopenhauer e von Hartmann, apenas reflita um aspecto dos velhos filósofos esotéricos, desse modo lançando seus leitores na praia deserta do desespero agnóstico – reverentemente formula o grande mistério; “aquilo que persiste imutável em quantidade, mas sempre mudando na forma sob estas aparências sensíveis que o Universo apresenta para nós, é um poder desconhecido e incognoscível, que somos obrigados a reconhecer como sem limite no Espaço e sem começo ou final no tempo.”  É só a audaciosa Teologia – nunca a Ciência ou a Filosofia – que  busca calcular o Infinito e revelar o Insondável e Incognoscível. (Nota de H.P. Blavatsky)
 
[10] Vemos aqui a grafia “Parabrahmam”, mas na maior parte da obra é usada a grafia “Parabrahm”.  (CCA)
 
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Em setembro de 2016, depois de cuidadosa análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas, que tem como uma das suas prioridades a construção de um futuro melhor nas diversas dimensões da vida.
 
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