A Aura de HPB e a Aura do Movimento

O Que Acontece Quando Uma Loja Teosófica

Está em Sintonia com o Ensinamento Original

Carlos Cardoso Aveline

H.P.B., nascida em 12 de agosto de 1831: uma estátua de Alexey Leonov

A presente carta de H.P. Blavatsky para William Judge [1] contém a versão completa e o contexto geral da afirmação de HPB de que o movimento teosófico “tem fluido magnético pessoal dela”. Citações parciais das palavras de Blavatsky são bem conhecidas.

H.P.B. escreve:

“….. O que você diz sobre meu desejo de ‘promover a causa e concentrar todo o meu Carma’ está certo, mas está errado. Acrescente a isso que eu queria e ainda quero concentrar todo o Carma do movimento, bem como meu próprio Carma, e você estará certo – só eu posso fazer isso e somente enquanto eu viver. Eu sou a mãe e a criadora da Sociedade [isto é, do Movimento]; ela tem meu fluido magnético, e a criança herdou todos os atributos físicos, psíquicos e espirituais de sua mãe – falhas e virtudes – se houver. Portanto, somente eu posso, e até certo ponto, Olcott, servir como um para-raios do Carma para ela (….).”

A importância histórica dessas palavras não se limita ao passado, porque fases decisivas da História do movimento ainda estão por acontecer. A trajetória do movimento apenas começa. Tendo menos de 200 anos, ele é muito jovem.

A presença do “fluido magnético” de HPB na aura viva do movimento teosófico é um fator importante em relação ao presente dele – e ao seu futuro. O fato tem várias camadas de significado. Uma delas é expressada nestas palavras de William Q. Judge:

“H.P. Blavatsky apontou claramente na Chave da Teosofia, em sua conclusão, que o plano é manter a S.T. viva como um corpo ativo, livre e não-sectário durante todo o tempo de espera pelo próximo grande mensageiro, que será ela mesma sem dúvida alguma.” [2]

Não é absurdo pensar que, mais cedo ou mais tarde, algum líder aparecerá novamente no movimento teosófico, que será capaz de lhe dar um novo impulso e novas ferramentas para que ele possa ajudar melhor a humanidade.

Há algo que pode ser feito, para facilitar o trabalho daqueles que estarão encarregados desta tarefa, e para aumentar as chances de que isso aconteça mais cedo ou mais tarde. Os skandhas ou “fluido magnético” de HPB – assim como seus ensinamentos – devem ser preservados como um processo vivo, criativo e dinâmico. O apego a letra morta raramente é útil. Dois fatores são necessários, portanto, e eles não podem existir fora do Discernimento correto ou Viveka:

(a) Coragem para ser realmente independente da rotina; e

(b) Aquele tipo de Paciência que só pode emergir de uma perspectiva histórica de longo prazo que vai muito além da encarnação atual da pessoa.

NOTAS:

[1] O presente artigo reproduz somente uma das partes da introdução editorial à carta de HPB. Veja aqui a introdução completa e a carta na íntegra: “Letters Between Blavatsky and Judge – 08”.

[2] “The Closing Cycle”, artigo incluído no volume “The Heart Doctrine”, de William Q. Judge, Theosophy Co., Bombay/Mumbai, Índia, 1977, 211 pp., ver p. 40.

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O artigo acima foi publicado nos websites da Loja Independente de Teosofistas no dia 29 de maio de 2024. Trata-se de uma tradução, feita pelo autor, de parte da nota editorial inicial de 2011 do artigo “Letters Between Blavatsky and Judge – 08”. Foi publicado pela primeira vez na edição de agosto de 2023 de “O Teosofista”, pp. 12-13. Título original: “A Aura de Helena Blavatsky e a Aura do Movimento Teosófico”.

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