A Vida é um Oceano de Ecos e Reflexos
Augusto de Lima
Páginas de abertura do volume “Poesias”, publicado em 1909
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Nota Editorial:
Assim como Múcio Teixeira e Cecília Meireles,
Augusto de Lima (1859-1934) está entre os poetas de
língua portuguesa cuja obra expressa ideias teosóficas.
No curto poema a seguir, Lima reflete sobre luz e
sombra – e sobre a impermanência da vida externa. Ele
aborda os nossos níveis superiores de consciência, dos quais
somos “ecos” ou reflexos no mundo visível e convencional.
(Carlos Cardoso Aveline)
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Pensas que são inteiramente nossos
nossos corpos de argila? Não n’o creias.
Para reter a vida, em vão anseias:
dela não guardarás sequer destroços.
Não tens, fingindo de herdeiro dos colossos,
destinado a guardar coisas alheias,
nem o sangue que corre em tuas veias,
nem a sutil medula de teus ossos.
Uma voz noutra voz reproduzida,
reproduzindo antiga voz perdida,
o eco responde a voz – eco também…
Riste da sombra que refletes? Ri-se
também de ti a sombra: – quem te disse
que não és – olha atrás! – sombra de alguém?
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Reproduzido do volume “Poesias”, Augusto de Lima, H. Garnier Livreiro-Editor, Rio de Janeiro, 1909, 300 pp., ver p. 222.
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Sobre o crescimento interior e a transformação pessoal no século 21, leia a obra “O Poder da Sabedoria”, de Carlos Cardoso Aveline.
O livro foi publicado pela Editora Teosófica, de Brasília, tem 189 páginas divididas por 20 capítulos e inclui uma série de exercícios práticos. Está na terceira edição.
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