A Teosofia Rejeita as Ideologias Políticas
Insanas Que se Baseiam em Ilusões Materialistas
Carlos Cardoso Aveline
Helena P. Blavatsky (1831-1891)
Helena P. Blavatsky afirma que o socialismo espiritual, tal como ensinado por Jesus Cristo e Gautama Buda, é parte integrante da doutrina teosófica, porque tem como base um puro altruísmo impessoal, que estimula a generosidade, e não o conflito, nem o ódio. [1]
Existe, porém, uma grande diferença entre o impulso altruísta, que aponta para a fraternidade universal e o respeito por todos os seres, e o uso de belos slogans políticos e palavras-de-ordem elegantes, com o objetivo de curto prazo de obter poder no mundo material.
Na verdade, a teosofia clássica rejeita por completo os sonhos políticos “insanos” que são conhecidos, desde o século XIX, como Socialismo e Comunismo. Vejamos isso em detalhe, porque o ponto de vista teosófico sempre requer um raciocínio mais profundo que a média.
Blavatsky esclareceu que o movimento teosófico moderno foi criado “sobre a base de uma Fraternidade Universal”. [2]
E acrescentou de imediato que o movimento teosófico “não se preocupa com política; ele é hostil aos sonhos insanos do Socialismo e do Comunismo, que a teosofia abomina – porque ambos são conspirações disfarçadas da força bruta e da preguiça contra o trabalho honesto”.
Para Blavatsky, a escola teosófica de pensamento –
“Dá muito pouca atenção à administração humana externa do mundo material. Vistas como um todo, as suas aspirações estão voltadas para as verdades ocultas dos mundos visíveis e invisíveis. Se o homem físico está sob o regime de um império ou de uma república é algo que diz respeito apenas ao homem material. O seu corpo pode ser escravizado; quanto à sua alma, ele tem o direito de dar a seus governantes a mesma resposta orgulhosa que Sócrates deu aos seus juízes. Os governantes não têm poder sobre o homem interno.” [3]
De que modo é possível, então, promover um real progresso na sociedade humana?
Em “A Chave da Teosofia”, Blavatsky escreve algo que todo cidadão pode reconhecer como evidente:
“Tentar reformas políticas antes de concluir uma reforma na natureza humana é o mesmo que botar vinho novo em odres velhos. Consiga que os homens sintam e reconheçam do fundo de seu coração seu real e verdadeiro dever para com todos os semelhantes, e desaparecerá, naturalmente, todo o antigo abuso do poder, toda lei iníqua da política nacional, fundamentada no egoísmo humano, social ou político. O jardineiro que, desejando extirpar as plantas venenosas de seu canteiro de flores, as corta ao invés de arrancá-las pela raiz, é um louco. Não se pode alcançar jamais nenhuma reforma política duradoura, com os mesmos homens egoístas à frente dos assuntos públicos.” [4]
A melhora individual das pessoas é a base necessária de toda melhora social. Antes de desejar, é preciso merecer.
A vida da alma é a fonte e o alicerce de qualquer progresso humano. No âmbito social, a autorresponsabilidade, o respeito recíproco e a ajuda mútua são fatores decisivos do caminho para um futuro luminoso.
NOTAS:
[1] Veja “A Chave da Teosofia”, H.P. Blavatsky, pp. 88-89. Em inglês, p. 79: “The Key to Theosophy”. Sobre socialismo espiritual, leia o artigo “A Filosofia Prática dos Amish”.
[2] “Collected Writings of Helena Blavatsky”, TPH, EUA, volume II, p. 105.
[3] “Collected Writings of Helena Blavatsky”, TPH, EUA, volume II, mesma p. 105.
[4] “A Chave da Teosofia”, H.P. Blavatsky, pp. 218-219. Em inglês, “The Key to Theosophy”, p. 231.
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O artigo “Blavatsky, Comunismo e Socialismo” está publicado nos websites da Loja Independente de Teosofistas desde 14 de novembro de 2024. Uma versão inicial do texto faz parte da edição de setembro de 2024 de “O Teosofista”. Título original: “H.P. Blavatsky, Sobre Comunismo, Socialismo e as Reformas Políticas”.
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