Um Poema Sobre a Disciplina Cotidiana
Cecília Meireles
Cecília Meireles
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Nota Editorial:
Cecília Meireles (1901-1964) estudou
filosofias orientais. A consciência mística e
teosófica tem presença central em seus poemas.
Nos versos a seguir, ela examina em poucas
palavras o desafio da prática diária da sabedoria.
(Carlos Cardoso Aveline)
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É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso esquecer é o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a ideia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos nossos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
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O poema “É Preciso Não Esquecer Nada” é reproduzido do volume II de “Poesia Completa”, de Cecília Meireles, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2001, 1993 pp., ver p. 1926.
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Sobre o mistério do despertar individual para a sabedoria do universo, leia a edição luso-brasileira de “Luz no Caminho”, de M. C.
Com tradução, prólogo e notas de Carlos Cardoso Aveline, a obra tem sete capítulos, 85 páginas, e foi publicada em 2014 por “The Aquarian Theosophist”.
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