Um Dia na Vida do Movimento:
Da Índia, Radha Burnier Enfrenta Crise
no RE-Brasil, e Nomeia Novos Dirigentes
Carlos Cardoso Aveline
“O segredo enganoso tem dado o
golpe mortal em numerosas organizações.”
(Um Mahatma, na última carta
recebida de um Mestre de Sabedoria)
O Rito Egípcio (RE) é uma organização ritualista que pretende ser secreta. Ele paira silenciosamente acima da Escola Esotérica da Sociedade Teosófica de Adyar. O RE está ativo apenas em uns poucos países-chave ao redor do mundo. Os teosofistas só podem ingressar nele por convite, e os convites são raros.
O Rito, que de “Egípcio” só tem o nome e algumas imitações desinformadas, nunca é mencionado em reuniões teosóficas. Nem sequer nos grupos do nível mais elevado dos membros Juramentados da Escola Esotérica. E, no entanto, a existência de segredo não significa legitimidade. Inclusive, um verdadeiro Mestre de Sabedoria fez a seguinte advertência a Annie Besant na famosa Carta de 1900, quando ela já se preparava para seguir o caminho da falsidade e da ilusão:
“O segredo enganoso tem dado o golpe mortal em numerosas organizações.” [1]
O Rito Egípcio é um exemplo prático deste tipo de fracasso. O mesmo Mahatma destacou também:
“Credulidade gera credulidade e termina em hipocrisia”. [2]
As advertências do Mestre não foram ouvidas. A ilusão foi mais forte que o bom senso, e graças a Annie Besant o ritualismo imaginário passou a controlar a maior parte do movimento teosófico.
O que dizer do século 21? Terá passado tempo suficiente para que renasça o respeito pela verdade?
As Brigas na Cúpula
O certo é que, no já quase distante ano de 2011, houve uma forte crise e luta política pelo poder pessoal na cúpula do RE, no Brasil. Radha Burnier, principal dirigente do RE na época, foi forçada a interferir para acalmar a situação, e nomeou novos dirigentes. A própria decisão de Radha, no entanto, causou desconcerto.
Como organismo ritualista, o RE tem boas intenções. Infelizmente, está baseado apenas em fantasias e falsa clarividência. Seus membros são pessoas altruístas, porém falta um pouco mais de bom senso. Uma quantidade maior de respeito pela verdade seria necessária para dizer Não a ilusões e fingimentos que já são bem conhecidos. Ninguém ali percebe a necessidade moral de optar entre os verdadeiros mestres de sabedoria – humildes servidores da Lei e da Verdade – e os mestres de fantasia, fabricados no início do século 20 pela imaginação de “clarividentes” ingleses.
O documento que aqui reproduzimos foi publicado pela LIT em fevereiro de 2025 – quase catorze anos depois da correspondência de Radha Burnier. E ainda assim – para evitar repercussões indevidas – foram apagados os nomes de algumas pessoas.
Vejamos a sua tradução:
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Escola Esotérica de Teosofia
RADHA BURNIER
Chefe Externa
19 Setembro 2011
Sociedade Teosófica – Adyar, Chennai 600 020. Índia
Sr. Ma___ ____ ______.
SGAS Quadra 603 No. 20
Brasília DF 70200-630
Caro Irmão,
Através do presente instrumento, nomeio-o para o cargo de Presidente do Conselho Regional do R. E. no Brasil. Os outros dois membros nomeados como membros do Conselho são a sra. Ma_____ _____ ____ e o sr. Re_____ ________.
Saudações Fraternais,
Radha Burnier,
Chefe Externa
Cópias:
Sra. Olinda Ludovici Pugliesi.
Sra. Ma _____ _____ ______.
Sr. Re _____ ________.
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Até aqui, o documento da sra. Radha.
Agradecemos aos amigos da verdade que decidiram fazer chegar até nós cópias deste e de outros documentos do RE, com a condição de que não fossem liberados para o público de imediato.
As correspondências constituem documentos históricos, e estão sendo tratadas como tal. O material retrata vários enganos e obstáculos que o movimento esotérico moderno precisa vencer. As “fraudes piedosas” e as ilusões ritualistas não têm futuro: cabe virar a página e libertar o movimento teosófico de rituais sem base. Dizemos isso com o devido respeito pelo idealismo ingênuo que anima a maior parte dos membros do RE. No entanto, devemos lembrar que, em relação a segredos ilegítimos, Helena Blavatsky escreveu estas palavras:
“… Todos os esforços [para enganar], mesmo os mais hábeis, estão condenados ao fracasso no dia em que são descobertos.” [3]
No tempo certo, a Verdade prevalece.
Se Blavatsky está certa, cada falsidade que existe no movimento teosófico implodirá no momento certo, abrindo assim a porta do Carma para novas bênçãos e tornando mais fácil a tarefa dos teosofistas sinceros, que é ajudar a humanidade.
Que assim seja. Om, Shanti, Om.
NOTAS:
[1] Reproduzido de A Carta de 1900, na Íntegra.
[2] Reproduzido do mesmo documento: A Carta de 1900, na Íntegra.
[3] “Collected Writings”, H. P. Blavatsky, TPH, EUA, Volume XIV, p. 267.
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O artigo acima foi publicado nos websites da Loja Independente de Teosofistas no dia 11 de fevereiro de 2025.
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Para saber mais sobre o Rito Egípcio, leia e releia:
Para documentar e confirmar junto a seus amigos o fato de
que os Mestres autênticos não promovem rituais nem cerimônias, leia:
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Outros textos clássicos para ler e reler:
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”.
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