A Teosofia Ensina a Buscar
Pacientemente a Verdade Essencial
Carlos Cardoso Aveline
* Um princípio teosófico básico afirma que os padrões de comportamento dos homens em relação aos animais determinam, em parte, o modo como os seres humanos se relacionam entre si. Em outras palavras, a crueldade dos cidadãos contra os animais provoca crueldade entre os seres humanos.
* Também a maneira como uma nação trata as suas árvores e as suas florestas define o futuro da comunidade, tanto no plano físico e ambiental, como no plano da ética e da alma. Ou seja: destrua as árvores, deixe que as florestas queimem, e sua alma e o futuro ético-espiritual do seu povo estarão em perigo.
* O ser humano talvez deva reconhecer-se como irmão menor das árvores. Místicos, sábios e peregrinos espirituais de todos os tempos sempre souberam aprender pelo convívio direto com elas. É instintivo no ser humano perceber a floresta e o bosque como templos. As árvores fazem bem à saúde porque beneficiam o espírito. Compreender o fato é uma forma de bênção e sabedoria.
* Um desinformado afirma orgulhosamente: “Eu acredito nos anjos, e por eu acreditar, eles existem”. Este é um exemplo notável do mais absoluto desprezo pela verdade, e também da onipotência imaginária da ingenuidade infantil. Se alguém acreditar que a Lua é feita de queijo parmesão, a lua será – por esse motivo – feita de queijo?
* A preguiça mental é epidêmica e leva muitos a acreditar em absurdos. A teosofia ensina a procurar pacientemente a verdade essencial, que flui nos níveis superiores de consciência. A filosofia trabalha com bom senso e respeito pelos fatos. É preciso modéstia para deixar ilusões de lado e buscar a sabedoria.
* A boa vontade para com nossos semelhantes não pode estar sujeita à condição de que eles façam aquilo que esperamos deles. Boa vontade implica um calmo rigor que elimina tanto o aplauso ingênuo como a rejeição automática.
Os Amish e os Anabatistas
* As comunidades Amish e Menonitas seguem o ideal anabatista do cristianismo primitivo. Seus integrantes têm como referência central o Novo Testamento e os Atos dos Apóstolos.
* Os Amish optam pela simplicidade voluntária e são radicais em sua não-violência. Evitam usar automóveis ou outras formas de alta tecnologia, permanecem de fora do consumismo cego, e alimentam uma economia cuja base é a ajuda mútua.
* Eles buscam o ideal de uma vida limpa e um coração puro. Merecem um estudo respeitoso desde o ponto de vista teosófico, porque procuram manter intacto o espírito do que há de melhor na tradição cristã. Sua vida ecologicamente correta, sua economia solidária e o seu cultivo da modéstia são exemplos a serem seguidos na civilização do futuro.
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O artigo “Ideias ao Longo do Caminho – 39” foi publicado como item independente em 23 de março de 2022. Uma versão inicial e anônima dele faz parte da edição de novembro de 2017 de “O Teosofista”, pp. 8-9. O artigo agora inclui a nota “Os Amish e os Anabatistas”, da página 12 da mesma edição, cujo autor é o mesmo.
Embora o título “Ideias ao Longo do Caminho” corresponda ao título em língua inglesa “Thoughts Along the Road”, de Carlos C. Aveline, não há uma identidade exata entre os conteúdos das duas coletâneas de pensamentos. Desde 2018 a série “Thoughts Along the Road” está sendo publicada em espanhol sob o título de “Ideas a lo Largo del Camino”. A sua publicação no idioma russo começou em março de 2022, sob o título de Мысли в пути.
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”.
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