A Mente Concentrada Tem Mais Eficiência
Yogue Ramacharaka
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Nota Editorial
Os parágrafos abaixo são reproduzidos da obra “Raja Yoga”,
de Yogue Ramacharaka, Editora Pensamento, SP, 1977, 211 pp.,
pp. 78-80. Nesta transcrição, o uso de “vós” foi substituído pelo uso
de outras palavras. Em alguns pontos também revisamos a tradução.
Veja-se a edição original em inglês, “Raja Yoga”, Yogi Ramacharaka,
The Yogi Publication Society, Chicago, Illinois, 1934, pp. 97-100.
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… Esclareceremos mais sobre a atenção, porque esta é uma das coisas mais importantes para a prática da Raja Ioga, e os iogues insistem que os seus estudantes façam práticas sistemáticas para desenvolver e cultivar a faculdade. A atenção forma a base do poder da vontade, e o cultivo daquela facilita o exercício desta. (….)
Para mostrar que não expomos alguma teoria especial dos iogues que não esteja em harmonia com a ciência moderna, apresentaremos neste artigo um número de citações de escritores e pensadores orientais que tratam desta importante faculdade mental, e assim o leitor verá que o Ocidente e o Oriente estão de acordo sobre o ponto principal, embora haja diferenças em suas explicações do fato ou no uso do poder obtido pelo cultivo da atenção.
A palavra atenção é derivada das palavras latinas ad e tendere e significa o ato de “estender em certa direção”. O “Eu” quer que a mente seja dirigida como um foco a um determinado objeto, e a mente obedece e “estende-se em direção” a esse objeto, focalizando nele toda sua energia, observando todo detalhe, dissecando, analisando, consciente e subconscientemente, aproveitando toda informação que vem do interior, como a que vem do exterior. É muito importante adquirir esta grande faculdade, ou antes, desenvolvê-la, porque ela é necessária para o estudo inteligente de Raja Ioga.
Para compreender a importância do assunto, suponha que paramos agora, prestando a nossa atenção à matéria de atenção, e veja como você acha nela muito mais do que pensava. Você será bem recompensado pelo gasto do tempo e pelo trabalho.
A atenção foi definida como focalização da consciência ou, se preferirmos outra forma de expressão, como “detenção da consciência”. No primeiro caso, podemos compará-la à ação da lente, por meio da qual os raios solares são concentrados em um objeto. Disso resulta que o calor se acumula num pequeno ponto dado, e este calor pode aumentar a sua intensidade por muitos graus, até que venha a acender um pedaço de lenha, ou fazer a água ferver e evaporar-se. Se os raios não tivessem sido focalizados, os mesmos raios e o mesmo calor ter-se-iam estendido por uma grande superfície, e o efeito e o poder seriam diminuídos. E assim se dá com a mente. Se se lhe permite estender-se por todo o campo de um objeto, poderá exercer somente pouco poder, e os resultados serão fracos. Se, porém, a mente usa a lente da atenção e foca primeiro uma parte do assunto, depois outra, e assim por diante, dominará todo assunto em detalhes e obterá um resultado que parece quase maravilhoso para quem não conhece o segredo.
Thompson afirmou:
“As experiências que ficam impressas mais permanentemente em nossa consciência são aquelas em que fixamos a atenção com mais firmeza.”
Outro escritor, tratando do assunto, disse que “a atenção é tão essencialmente necessária à compreensão que as ideias e percepções que passam pela mente sem um certo grau de atenção parecem não deixar vestígio algum atrás de si.”
Hamilton disse:
“Um ato de atenção, isto é, um ato de concentração, parece ser tão necessário para termos consciência de qualquer coisa, como uma certa concentração da pupila é condição indispensável para a visão. A atenção é, pois, para a consciência, o que a concentração da pupila é para a visão; a atenção é para a visão mental o que o microscópio ou telescópio é para a visão física. Ela forma mais da metade do poder intelectual.”
E Brodie acrescenta:
“É a atenção, mais que qualquer outra característica do poder abstrato do raciocínio, que provoca a diferenciação entre as mentes dos indivíduos.”
Butler dá-nos este importante testemunho:
“O hábito intelectual mais importante que conheço é o hábito de prestar atenção exclusivamente ao que nos ocupa. Geralmente se diz que o gênio não pode ser influenciado por meio da educação, mas este poder de atenção concentrada, que é própria a todo grande inventor, como uma parte do seu dom, pode ser, com toda a certeza, aumentado quase indefinidamente por meio de prática resoluta.”
Para concluir esta revisão de opiniões e definições sobre algo a que os iogues dão tanta importância, ouçamos as palavras de Beattie:
“A força com que alguma coisa impressiona a mente está geralmente em proporção direta ao grau de atenção que se lhe presta. Além disto, o grande fator para a memória é a atenção, e as pessoas que não prestam atenção têm sempre má memória.”
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O texto acima foi publicado na edição de outubro de 2014 de “O Teosofista”.
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Para conhecer um diálogo documentado com a sabedoria de grandes pensadores dos últimos 2500 anos, leia o livro “Conversas na Biblioteca”, de Carlos Cardoso Aveline.
Com 28 capítulos e 170 páginas, a obra foi publicada em 2007 pela editora da Universidade de Blumenau, Edifurb.
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