Somos Feitos de Correntes
de Pensamento e Sentimento
 
 
O. S. Marden
 
 
 
 
 
Vivemos em correntes de pensamento que se entrecruzam; e, sempre que nos deixarmos arrastar pelo medo, inquietação, dúvida ou ódio, pomo-nos em contato com a corrente dos medos, inquietações, dúvidas ou ódios de outras pessoas, corrente que entra em nós e aumenta a miséria.
 
Por outro lado, quando os nossos pensamentos se põem em contato com a corrente de amor; quando enviamos vibrações de coragem, de fé ou de amor, sentimo-nos fortificados por vibrações semelhantes que nos chegam de todos os lados.
 
As vibrações são inseparáveis da vida. Quase todas as coisas podem ser explicadas pela soma das suas vibrações; por exemplo, todas as cores são devidas ao número e à velocidade das vibrações do éter sobre o nervo ótico. Sem esta vibração, não conheceríamos as cores. O mesmo se dá com o som. Na música todos os sons são devidos ao número e velocidade das vibrações que impressionam o nervo auditivo, despertando cada espécie de vibração uma sensação diferente no cérebro.
 
Todos os átomos do universo estão constantemente em vibração à volta de um centro. A Lua gira em volta da Terra; a Terra em volta do Sol; o Sol descreve uma órbita infinitamente maior com uma rapidez que nos confunde a imaginação; e cada átomo e cada elétron de todos estes corpos giram em torno do seu próprio pequenino centro individual.
 
O calor do Sol que mantém a vida no nosso planeta, é simplesmente uma vibração. Seria absurdo supor que o Sol pudesse transmitir diretamente o seu calor a 150 milhões de quilômetros de distância. O que nós chamamos calor é uma forma de energia vibratória. O Sol dá a impulsão inicial – não se sabe como – a uma espécie de energia que se transmite à Terra por vibração.
 
Toda a vida é um movimento vibratório, e a qualidade da nossa existência é determinada pela qualidade e velocidade das nossas vibrações. As vibrações harmoniosas produzem a saúde, a felicidade, o poder, o sucesso; as vibrações discordantes ocasionam a desarmonia, o desequilíbrio, o empobrecimento, as carreiras em retrocesso.
 
Se vivermos no meio de vibrações discordantes, que se entrechocam, a vida tornar-se-á tormentosa e curta; ao passo que, se nos mantivermos em uníssono com as harmonias infinitas, devemos manter a ação harmoniosa do cérebro, dos nervos, do ser físico e mental, e basta essa harmonia para nos curar o corpo, aumentar-nos a força e assegurar-nos o sucesso e a felicidade.
 
Somos, de contínuo e consciente ou inconscientemente, o joguete de vibrações que vêm do interior e do exterior. Todas as pessoas que encontramos, tudo o que lemos ou ouvimos, todos os atos, todas motivações ocultas, todos os pensamentos, todas as emoções, emitem vibrações que atuam sobre bilhões de células que constituem o nosso corpo e cuja influência corresponde à qualidade da impulsão que as pôs em vibração.
 
É preciso lembrar que qualquer acesso de paixão, qualquer excitação de espírito ou pensamento desanimador ou melancólico, todas as vibrações da cólera, do ódio, da vingança, do ciúme, da avareza, se gravam, com uma exatidão científica, não só na textura do nosso caráter, mas também nas fibras do nosso ser físico.
 
Se, pelo contrário, enviarmos uma corrente de esperança, de amor, de alegria, de generosidade ou de nobreza, ao sistema nervoso, este não descansa enquanto não tiver feito vibrar em uníssono todas as células do corpo e todas as faculdades de inteligência.
 
Um nervo ou um átomo do corpo depende do caráter e da qualidade dos pensamentos, das motivações, ou do humor que os põem em ação.
 
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O texto “O Movimento Ondulatório da Vida” está publicado como item independente nos websites associados desde o dia 20 de janeiro de 2022.  Foi publicado inicialmente no livro “Os Milagres do Amor”, de O.S. Marden, Casa Editora de A. Figueirinhas, Lda., Porto, Portugal, 1924, 263 pp., ver pp. 201-203. A ortografia foi atualizada. Uma parte do artigo está incluída na edição de maio de 2020 “O Teosofista”, páginas 1-2.
 
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 
 
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