A Sabedoria Esotérica Alerta Para o
Uso de Armas de Destruição em Massa
Carlos Cardoso Aveline
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O primeiro parágrafo deste artigo se refere ao
Oriente Médio, mas existem outras regiões do
planeta em que a ameaça nuclear também é grande.
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Como evitar o perigo de uma catástrofe nuclear no Oriente Médio? E diante deste desafio, que papel cumprem as profecias?
Há palavras dolorosas no artigo “Lamas and Druses”, de Helena P. Blavatsky (1831-1891). Helena se refere a uma misteriosa profecia dos drusos com relação à mudança de ciclo na história humana. A profecia diz:
“…Quando o bem e o mal chegarem a um equilíbrio na escala das ações humanas (agora o mal é muito mais forte), então o sopro da Sabedoria aniquilará num piscar de olhos 666.000.000 de homens. Os 666.000.000 sobreviventes terão a ‘Sabedoria Suprema’ encarnada neles.” [1]
Estas frases referem-se claramente a armas de destruição em massa, de uma forma que nos faz pensar em bombas atômicas.
Os números na profecia são alegóricos e simbolizam as duas metades – ou duas naturezas contraditórias – na alma humana e no drama histórico da humanidade. Os números “666” mostram que a destruição é lamentável. A formulação da visão expressa o fato de que existe uma combinação desafiadora de linhas de evolução que são geológicas, psíquicas e espirituais. A evolução da alma humana está ligada aos ciclos geológicos da evolução planetária.
Deve-se notar que a destruição ocorre “quando o bem e o mal chegam a um equilíbrio na balança das ações humanas (agora o mal é muito mais forte)”.
Isto significa que, embora lamentável, uma destruição em escala mundial pode ser necessária de tempos em tempos para libertar a humanidade do sofrimento. Em outras palavras, certas catástrofes podem ajudar a humanidade a libertar-se de estruturas de hábitos e estruturas de carma mais antigas e inúteis, que causam ignorância e sofrimento desnecessários.
No entanto, as profecias sobre catástrofes não devem ser entendidas como “fotografias exatas de cenas inevitáveis do futuro”. Elas refletem possibilidades e potencialidades. Elas alertam sobre perigos a serem desarticulados. Se forem corretamente compreendidas, servirão para evitar o pior. É preciso compreender as lições trazidas pelas profecias sobre catástrofes. É nosso dever olhar no olho do furacão e remover as causas da catástrofe, antes que a destruição ocorra. O conhecimento do perigo pode funcionar como um mecanismo eficaz para evitar o desastre. Uma profecia sobre a guerra atômica ajuda as pessoas éticas a impedir um tal cataclismo.
H. P. Blavatsky conhecia bem a visão drusa do mundo, porque em 10 de abril de 1878 ela escreveu em uma carta ao sr. Peary Chand Mittra:
“Eu pertenço à seita secreta dos Drusos do Monte Líbano…”. [2]
É interessante o fato de que os drusos vivem agora principalmente em Israel, no Líbano, na Síria e na Jordânia, quatro países do Oriente Médio cuja situação estratégica foi alterada pelo perigo de proliferação nuclear criado pelo Irã.
Nas Cartas dos Mahatmas, podemos ver que existem Iniciados ou “Irmãos” Drusos que trabalham em estreita cooperação com os Mestres de Sabedoria Orientais, e com sábios situados em outras partes do mundo, inclusive Egito. [3] Esses grandes sábios influenciam conscientemente o carma humano. Eles trabalham ao longo dos séculos para reduzir a dor presente na evolução e na aprendizagem da humanidade.
A profecia dos drusos pode aplicar-se a um futuro distante, quando Deva Yuga começará, como HPB sugere numa nota de rodapé em “Lamas and Druses”.[4] No entanto, é um fato que os ciclos menores têm uma correspondência dinâmica com os ciclos maiores, e que os ciclos pequenos preparam e antecipam os ciclos mais longos. O microcosmo interage com o macrocosmo, tanto no espaço quanto no tempo. A profecia dos drusos refere-se a um perigo cíclico que desafia uma e outra vez as sociedades humanas: o perigo da autodestruição.
HPB diz que o texto da profecia acima é alegórico. Se olhamos para ela como uma metáfora e a aplicamos a um nível de realidade superior ao plano físico, a profecia pode relacionar-se com a vitória da verdade que a própria HPB antecipa para o século vinte e um. [5] A profecia drusa pode ser vista então como uma referência à súbita destruição da ignorância nas mentes e nos corações de milhões de seres humanos. Cidadãos de boa vontade têm a honra de trabalhar para que isso aconteça. É seu privilégio tentar evitar a produção de quantidades indescritíveis de dor desnecessária.
Visões Cármicas
Outra previsão de uso em larga escala de armas de destruição em massa é divulgada por H. P. Blavatsky em seu conto místico intitulado “Karmic Visions”:
“NOVA ERA: 970.995 ANOS DESDE A DESTRUIÇÃO INSTANTÂNEA POR PNEUMO-DYNO-VRIL DOS ÚLTIMOS 2.000.000 DE SOLDADOS EM CAMPO, NA PORÇÃO OCIDENTAL DO GLOBO. 971.000 ANOS SOLARES DESDE A SUBMERSÃO DOS CONTINENTES E ILHAS EUROPEIAS. TAIS SÃO O DECRETO DE ORLOG E A RESPOSTA DE SKULD ……”. [6]
“Orlog” e “Skuld” são personagens que simbolizam o Carma em lendas nórdicas. Também neste caso, as datas e números tendem a ser alegóricos. No entanto, é interessante observar que, de acordo com este relato da profecia, decorrem cinco anos entre o uso de armas de destruição em massa e a submersão da Europa: a diferença entre 970.995 e 971.000.
A Causa dos Cataclismos
Neste ponto, cabe examinar o principal fator que desencadeia periodicamente a destruição em grande escala de uma sociedade ou civilização.
Será o fato – como diz a profecia dos drusos – de que a Bondade e a Beleza Moral cresceram o suficiente? Ao estabelecerem um equilíbrio na balança do Carma e da Justiça, as forças éticas provocam um ajustamento e uma mudança de Era? Sim, às vezes. Talvez. Mas o gatilho não é exatamente o mesmo em todas as ocasiões.
As inteligências planetárias superiores, as inteligências dos Nirmanakayas, veem a unidade por trás do paradoxo. Nas Cartas dos Mahatmas há uma referência a outro gatilho detonador das destruições cíclicas em dimensão planetária. Estes cataclismos podem na verdade salvar a humanidade, a qual, vista na sua essência, é uma comum união de almas reencarnantes. Os cataclismos periódicos evitam que a humanidade persista no erro e caia em níveis inaceitáveis de mau Carma, maldade ou injustiça.
Usando a palavra “raça” para referir-se à atual civilização materialista, com todas as suas diferentes etnias, um Mestre escreveu:
“Quando a sua raça – a quinta – houver alcançado o seu zênite de intelectualidade física, e desenvolvido a civilização mais elevada (lembre da diferença que nós estabelecemos entre civilizações físicas e espirituais), incapaz de elevar-se em mais nada em seu próprio ciclo, seu avanço em direção ao mal absoluto será interrompido (…..) por uma destas mudanças cataclísmicas; sua grande civilização será destruída, e todas as sub-raças desta raça serão vistas decaindo ao longo dos seus respectivos ciclos, depois de um curto período de glória e aprendizado.” [7]
Embora os estudantes pseudoesotéricos rejeitem ansiosamente qualquer ideia de um conflito entre a Sabedoria e a Ignorância, a longa batalha entre a alma humana e os obstáculos à sua evolução é claramente descrita nas Cartas dos Mahatmas (Carta 93-B, entre outras).
O antigo tratado taoista “Wen-tzu” estabelece uma relação entre os níveis coletivos de ética, especialmente nas elites governantes, e o destino das civilizações. (Veja, por exemplo, os capítulos 15, 19 e 20.)
As Bíblias judaica e cristã e as escrituras sagradas de outras tradições culturais seguem a mesma linha. O carma da humanidade pode ser avaliado comparando o número de “homens justos” com a massa acumulada de cegueira moral e ignorância.
De acordo com a tradição judaica, um pequeno número de indivíduos justos desconhecidos – os Tzadikim Nistarim – é responsável por preservar a humanidade da destruição. A lenda corresponde ao fato de que na realidade umas “Poucas” almas altruístas fazem uma grande diferença no Carma humano, conforme ensinado por H. P. Blavatsky. A mesma ideia é ensinada com outras palavras nos Evangelhos cristãos, como em Mateus, 7: 13-14.
Existe uma tensão criativa no esforço para obter um número suficiente de cidadãos éticos no mundo, de modo a evitar a necessidade de uma mudança cataclísmica e destrutiva. Nenhum século está cercado totalmente por perigos: cada momento da história tem também potencialidades sagradas, que podem ser desenvolvidas para evitar a necessidade de destruição.
Isto é ensinado no Gênesis judaico, capítulos 18 e 19, e especialmente no diálogo entre Abraão e o Senhor, no capítulo 18. O Senhor do Carma e da Justiça diz a Abraão que se ele conseguir identificar alguns homens justos, a cidade não será destruída. Eles discutem o número de pessoas decentes que Abraão precisa encontrar para evitar o cataclismo.
Essa parte da Tanakh judaica contém lições decisivas para o século 21. Uma tarefa está agora diante dos cidadãos de boa vontade. Já não consiste em identificar 50, 40, 30, 20, ou mesmo 10 indivíduos profundamente honestos, como vemos em Gênesis, 18.
O dever de alguém que vive no século 21 é, em primeiro lugar, ser profundamente honesto consigo mesmo e com os outros. Uma vez que isto esteja garantido, o peregrino passa a possuir olhos para ver, e já será mais fácil reconhecer outros cidadãos justos, o que acontecerá de acordo com o critério da afinidade natural. Em outras palavras, cada cidadão que desperta para a ética tem em si uma energia que mais cedo ou mais tarde faz com que outros indivíduos éticos se tornem visíveis, ou comecem a despertar como ele. Esta reação em cadeia faz mais do que evitar um Armagedon arrasador: o amanhecer da alma acelera o renascimento da ética e da fraternidade universais. Contudo, a Vida exige uma garantia de que o nascimento de uma sociedade melhor não será prematuro. Tal como o nascimento de um indivíduo, o surgimento de uma nova civilização é uma grande bênção, e também uma situação perigosa.
Quatro Níveis de Placenta no Século 21
Uma placenta cármica sutil e a sua “bolsa amniótica” evitam que o nascimento da civilização fraterna do futuro ocorra antes que todos os elementos necessários estejam prontos.
Um dos sinais de que começa um trabalho de parto é a ruptura da bolsa amniótica e a perda do líquido que contém a vida na fase da gravidez e garante a sua preservação.
Desde as últimas décadas do século 20, o mecanismo detonador central do nascimento de uma fase nova do desenvolvimento humano tem pelo menos quatro aspectos, que são os seguintes, não necessariamente nesta ordem:
1) O perigo provocado pela proliferação nuclear;
2) A crise ambiental, climática e geológica;
3) As ameaças à ordem mundial causadas pelo processo socioeconômico e financeiro;
4) A consciência ética-espiritual e o despertar de uma boa vontade incondicional em escala planetária, ao lado de um severo discernimento e de um sentido de justiça.
O ponto de ruptura que inviabiliza a continuação do egoísmo e da hipocrisia como princípios da organização social é um e é múltiplo ao mesmo tempo. Os seus quatro aspectos principais se aceleram de modo interligado.
Como vimos acima, deve haver um certo número mínimo de pessoas sinceras, suficientemente conscientes e suficientemente comprometidas com um futuro saudável, para que o processo ultrapasse o limiar do perigo e da destruição e prossiga por linhas simples e saudáveis. Não é a quantidade que faz a diferença, mas sim a qualidade e a determinação das pessoas éticas. [8]
Depois de alcançada a massa crítica de seres humanos éticos, as profecias sobre a destruição mundial serão corretamente interpretadas como lições, avisos e sinais ao longo do caminho para a sabedoria. Serão reconhecidas como metáforas que indicam a autodestruição da ignorância organizada. O processo todo abre o caminho para que a humanidade atinja um nível de evolução melhor, e mais elevado.
NOTAS:
[1] Helena Blavatsky, no artigo “Lamas and Druses”. O texto está incluído no livro “A Modern Panarion”, de HPB, publicado por Theosophy Co., Los Angeles. Veja as pp. 383-384.
[2] “The Theosophist”, Adyar, Índia, Novembro de 1965, p. 86. A mensagem foi publicada sob o título de “Unpublished Letters of the Founders”.
[3] “Cartas dos Mahatmas”, Volume I, Carta 68, p. 317. Sobre o Egito, veja também o artigo “O Observatório de Luxor”.
[4] “A Modern Panarion”, H. P. Blavatsky, Theosophy Co., Los Angeles, EUA, p. 383.
[5] “Collected Writings”, H. P. Blavatsky, TPH, EUA, volume XIV, p. 27. Veja também as linhas finais do livro “A Chave da Teosofia”.
[6] “Collected Writings”, H.P. Blavatsky, TPH, EUA, vol. IX, p. 338.
[7] “Cartas dos Mahatmas”, Ed. Teosófica, Brasília, edição em dois volumes, veja volume II, Carta 93-B, p. 120.
[8] A visão dos quatro níveis de placenta é discutida por alguns teosofistas no artigo “O Olhar Isento”, de 2016.
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“Profecias Antigas e Guerra Atômica” foi publicado nos websites da Loja Independente de Teosofistas no dia 15 de maio de 2024. Trata-se de uma tradução, feita pelo autor, do artigo “Old Prophecies and Atomic War”. O texto está disponível também no blog teosófico em “The Times of Israel”.
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