Pomba Mundo
 
Informe de Atividades
Desde a Sua Criação em 2005
 
 
Carlos Cardoso Aveline
 
 
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Capa do livro “The Fire and Light of Theosophical Literature”, e retrato de
HPB caso ela tivesse vivido até os 70 anos de idade, segundo o artista J.D. Ross
 
 
 
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Nota Editorial:
 
Durante o século 19, as mulheres ainda eram
consideradas seres destituídos de capacidade intelectual
ou filosófica. Foi neste século que Helena Blavatsky, uma
mulher descasada, desafiou os principais dogmas da atual
civilização materialista. HPB mostrou como insustentáveis
tanto o materialismo darwinista quanto a crença cega das
religiões convencionais. Ela contrariou os interesses
dominantes na política, na ciência e na religião, e também
propôs uma nova civilização baseada na fraternidade
universal. Ao fundar o movimento teosófico moderno,
HPB criou um núcleo precursor – precário, porém real –
da civilização do futuro. Como resultado de seu confronto  
com a ignorância coletiva organizada,  o mínimo que se
poderia esperar é que Blavatsky fosse atacada e injuriada
como pessoa, e que o movimento teosófico fosse infiltrado
por ideias e indivíduos disfarçadamente hostis à ética e à
busca da verdade. Isso ocorreu durante a vida dela, e ainda
ocorre no século 21. Daí a necessidade de defender a verdade
sobre HPB, inclusive dentro do movimento teosófico que ela
criou. Nesse processo surge a Loja Independente de Teosofistas.
 
(CCA)
 
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“Se os ‘falsos profetas da Teosofia’ forem deixados
intocados, os verdadeiros profetas serão muito em
breve – como já ocorreu – confundidos com os falsos. É
hora de passar nosso trigo na peneira, e de lançar fora o joio.”
 
(Helena P. Blavatsky)
 
 
“É  dever dos estudantes de esoterismo desmascarar
o erro e a hipocrisia; enfrentar a mentira com a
verdade; não como crítica pessoal, mas como fatos contra
distorções (…). A Teosofia está no mundo para fazer isso.”
 
(Robert Crosbie)
 
 
 
Em dezembro de 2003, a editora Theosophical Publishing House, dos Estados Unidos, publicou “The Letters of H. P. Blavatsky (As Cartas de H. P. Blavatsky) Volume I, 1861-1879”.
 
O livro tinha 634 páginas e era apresentado pelo seu editor John Algeo como parte dos Collected Writings (Escritos Reunidos) de Helena Blavatsky.
 
Pelo final de abril de 2004, recebi uma cópia do livro e identifiquei em suas páginas algumas das mais notórias inverdades fabricadas contra HPB por Vsevolod Soloviof e outros.
 
Nos meses seguintes mandei, via aérea, cerca de 38 cartas apresentando os fatos para estudantes e líderes teosóficos ao redor do mundo.
 
Entre os que responderam ao documento estavam Radha Burnier, John Algeo, Dara Eklund e Joy Mills. A sra. Radha – que presidiu a Sociedade de Adyar desde 1980 até sua morte em 2013 – escreveu-me afirmando que as cartas em questão são “obviamente espúrias”. A posição da sra. Dara Eklund foi menos clara. Joy Mills e John Algeo evitaram admitir os fatos. Nenhum deles pensou ser necessário fazer algo para interromper a circulação de falsidades contra a honra e o caráter da fundadora do movimento esotérico moderno.
 
José Ramón Sordo, do México, e a revista Fohat, do Canadá, estiveram entre os primeiros a agir. Fohat publicou uma versão atualizada da minha carta circular sob o título de “Defending the Old Lady” (“Defendendo a Velha Senhora”). O texto encontra-se agora disponível em nossos websites e em outros locais online.
 
A partir de então, “Fohat” e “The Aquarian Theososophist” estiveram na linha de frente da defesa de HPB. As duas revistas publicaram muitos artigos sobre este tópico, assim como sobre o futuro do movimento teosófico. A revista “Theosophy”, de Los Angeles [1], e a revista “Sunrise”, de Pasadena [2], publicaram pequenas notas sobre os nossos esforços.
 
Em junho de 2005, depois de consultar-me, Jerome Wheeler, editor-fundador de “The Aquarian Theosophist”,  anunciou a criação do “HPB Defense Fund” (Fundo de Defesa de HPB). A partir de então, todos os meses, ele informou nas páginas do “Aquarian” sobre o progresso do Fundo. O objetivo declarado do Fundo era compensar e neutralizar  a coleção de falsidades publicada por John Algeo. A revista canadense Fohat, editada pela Sociedade Teosófica de Edmonton, deu total apoio ao Fundo e ao projeto de defesa do movimento. Dos Estados Unidos, o sr. Dallas TenBroeck apoiou o projeto e fez sugestões valiosas.
 
De todo o mundo, inclusive Índia, emergiu um certo número de doadores. Em maio de 2006 o “Aquarian Theosophist” anunciou que o dinheiro necessário – cerca de 10 mil dólares norte-americanos – estava já completo e disponível numa conta bancária em Los Angeles. Por isso, as doações deveriam parar.
 
Houve então uma coincidência infeliz. Tão logo foram obtidos os meios materiais para avançar com o projeto, Jerome Wheeler abandonou a sua coordenação – em julho – devido a problemas sérios de saúde. Pouco depois, o dinheiro do Fundo foi transferido a pedido de Jerome para uma conta controlada pela Theosophy Co., em Los Angeles. Durante algum tempo a Theosophy Co. afirmou e repetiu que seu único propósito era manter os recursos em segurança e à disposição de “The Aquarian Theosophist” e dos doadores.
 
Durante três anos, ao longo de 2007, 2008 e 2009, um pequeno grupo de amigos trocou ideias sobre como avançar com o trabalho. Entre eles, Will Windham, o novo editor do “The Aquarian Theosophist”, dois ou três associados da LUT nos EUA, e eu. Os diálogos foram proveitosos e proporcionaram uma visão mais aprofundada da tarefa a ser feita. Nós nos permitimos um tempo para pensar sobre a situação.
 
Em dezembro de 2009, depois de feitas consultas, senti que era o momento de alguém tomar uma decisão mais prática. Anunciei que a partir de janeiro de 2010 eu iria trabalhar como trabalhador voluntário na função de editor do Projeto de Defesa de HPB. Não houve oposição no grupo: naquele momento estávamos entrando no sétimo ano desde a publicação das falsificações de Algeo e da TPH/USA. Os doadores portugueses estavam já há algum tempo pedindo uma declaração pública do Fundo sobre o futuro livro. E havia sido a partir de textos escritos por mim que toda a campanha do “Aquarian” fora desencadeada.
 
Desde o segundo semestre de 2009, tomei a iniciativa de convidar, gradualmente, mais pessoas para o grupo daqueles que acompanham o esforço, de modo que outros estudantes pudessem partilhar do processo, pelo menos na condição de “testemunhas fraternas”.
 
A loja luso-brasileira da Loja Unida de Teosofistas, registrada no escritório de Los Angeles em novembro de 2009, decidiu apoiar o projeto e começou a expandir suas operações em língua inglesa.
 
Vimos que não bastava publicar um livro em papel, mas, mais importante, era preciso fazer com que ele chegasse a um número significativo de leitores, e havia que construir uma relação viva com o público internacional. Percebemos que teríamos de fazer um esforço autônomo que pudesse crescer como fazem os organismos vivos. Deveríamos começar publicando o livro independentemente de dinheiro, e online.
 
Em 2011, alguns dos nossos websites associados já davam prioridade à língua inglesa. O número dos seus leitores neste idioma era significativo e crescia. Grande quantidade de material sobre o tema do  livro já estava  publicado online.
 
Em fevereiro de 2012, convidado por Will Windham, assumi o cargo de editor de “The Aquarian Theosophist”. [3]
 
Nos meses seguintes, ficou claro que “The Aquarian” não tinha acesso a informações sobre o dinheiro reunido para a publicação de um livro em defesa de Helena Blavatsky. O “Aquarian” então informou de público que os interessados em saber alguma coisa sobre o destino do dinheiro deveriam escrever para a “Theosophy Co.”, de Los Angeles.[4]
 
Aparentemente, os diretores da “Theosophy Company” não podiam aceitar a publicação de um livro que, ao defender HPB, criticaria o Dr. John Algeo, notável divulgador de mentiras e falsidades contra a fundadora do movimento. Na época, porém Algeo tinha forte influência política internacional.
 
Diante dos fatos, a loja luso-brasileira da Loja Unida de Teosofistas decidiu editar e publicar com recursos próprios o livro em inglês. Este passo foi um dos fatores que abriram caminho para a formação posterior da Loja Independente de Teosofistas, o que ocorreu em setembro de 2016.
 
Os colaboradores dos websites associados perceberam que o esforço editorial deveria ser pioneiro. Nem todos têm a possibilidade de compreender estas palavras de H.P. Blavatsky:
 
“Se os ‘falsos profetas da Teosofia’ forem deixados intocados, os verdadeiros profetas serão muito em breve – como já ocorreu – confundidos com os falsos. É hora de passar nosso trigo na peneira, e de lançar fora o joio.” [5]
 
Alguns não refletem profundamente sobre estas palavras de Robert Crosbie:
 
“É  dever dos estudantes de esoterismo desmascarar o erro e a hipocrisia; enfrentar a mentira com a verdade; não como crítica pessoal, mas como fatos contra distorções (…). A Teosofia está no mundo para fazer isso.” [6]
 
Os nossos websites e a Loja Independente de Teosofistas consideram que preservar o respeito pela verdade em relação à vida de Helena Blavatsky – especialmente dentro dos círculos teosóficos – não é uma tarefa irrelevante. Tal projeto busca a preservação do centro vivo da aura magnética do movimento teosófico como um todo, e constitui um fator decisivo para o futuro Carma e Dharma do movimento e da humanidade.
 
A produção do livro em defesa de HPB avançou com êxito crescente, até ser publicado por “The Aquarian Theosophist” em outubro de 2013. O volume tem 255 pp. e inclui 16 ilustrações, entre elas parte dos originais manuscritos de uma carta de um Mahatma, e de uma carta de Helena Blavatsky.
 
The Fire and Light of Theosophical Literature” também discute o papel do movimento teosófico no despertar da civilização da fraternidade universal, que está ocorrendo durante o século 21.
 
NOTAS:
 
[1] “Theosophy” magazine, Novembro / Dezembro de 2005, p. 32. A nota tem como título “Questionable Letters and the Blavatsky Defense Fund”.
 
[2] “Sunrise”, revista editada pela Sociedade Teosófica de Pasadena, edição de Fevereiro / Março de 2005,  p. 82.
 
[3] Em 2013, o conselho editorial de “The Aquarian” era formado por Arnalene Passos, Celina de Jesus Cardoso, Evaldo Berwig, Joana Maria Pinho, Joaquim Soares, Marco Bufarini, Regina Maria Pimentel de Caux e Silvia Caetano de Almeida. A coleção completa do “Aquarian” pode ser encontrada em nossos websites associados.  
 
[4] A doação de cerca de 2.400 dólares que havia sido feita pela revista “Biosofia”, de Lisboa, foi devolvida pela Theosophy Company aos editores da publicação, após solicitação neste sentido.  
 
[5] “On Pseudo-Theosophy”, um texto de 1889 incluído em “Theosophical Articles”, de Helena P. Blavatsky, Theosophy Company, Los Angeles, 1981, volume I, pp. 161-175.  Ver p. 163. “On Pseudo-Theosophy” está também disponível em nossos websites associados.
 
[6] “The Friendly Philosopher”, de Robert Crosbie, Theosophy Company, Los Angeles, 1945, 416 pp.; ver p. 181.
 
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Uma versão inicial do texto acima foi publicada no boletim mensal “O Teosofista”, edição de março de 2011. Ele corresponde em termos gerais ao capítulo primeiro do livro “The Fire and Light of Theosophical Literature”.
 
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Em setembro de 2016, depois de cuidadosa análise da situação do movimento esotérico internacional, um grupo de estudantes decidiu formar a Loja Independente de Teosofistas, que tem como uma das suas prioridades a construção de um futuro melhor nas diversas dimensões da vida.
 
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