Luís de Camões
 
 
 
 
 
Dos Céus à Terra desce a maior Beleza,
Une-se à nossa carne e fá-la nobre;
E sendo a humanidade dantes pobre,
Hoje subida fica à maior alteza.
 
Busca o Senhor mais rico a maior pobreza;
Que como ao mundo o seu amor descobre,
De palhas vis o corpo tenro cobre,
E por elas o mesmo Céu despreza.
 
Como? Deus em pobreza à terra desce?
O que é mais pobre tanto lhe contenta.
Que este somente rico lhe parece.
 
Pobreza este Presépio representa;
Mas tanto por ser pobre já merece,
Que quanto mais o é, mais lhe contenta.
 
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O poema acima está disponível como item independente nos websites da Loja Independente de Teosofistas desde o dia 23 de dezembro de 2022.
 
Os versos são reproduzidos de “Obras Completas”, Luís de Camões, Livraria Sá da Costa Editora, Lisboa, vol. I, quinta edição, 1985, 359 pp., ver pp. 257-258. A ortografia foi atualizada. “Um Poema Clássico de Natal” faz parte também da edição de dezembro de 2019 de “O Teosofista”, p. 2.
 
 
Luís de Camões, o poeta maior da língua portuguesa, nasceu por volta de 1524 e viveu até o dia 10 de junho de 1580.
 
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* A Noite Santa de Dezembro, conto de Selma Lagerlöff, adaptado por Malba Tahan.
 
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