Evocando o Senhor e o Anjo da Guarda
 
 
Carlos Cardoso Aveline
 
 
 
 
 
A oração que veremos  a seguir é de autor desconhecido e de data incerta.
 
Em algum momento ela foi distribuída pela diocese católica de Belo  Horizonte. Passou a fazer parte do movimento teosófico ao ser lida pela teosofista Aracy Medeiros Clemente em uma reunião da LIT, em março de 2023.
 
Antes de vermos a oração em si, cabe trazer para o contexto da filosofia esotérica alguns termos cristãos cujo significado é mais profundo do que se pode pensar à primeira vista:
 
* A ideia de “Senhor” tem várias dimensões. Ela dá um aspecto paterno, protetor, bom  e severo, à ideia de Deus. É uma personificação poética do conceito de Lei Universal da Justiça e do Equilíbrio. De outro lado, também sugere a figura do Mestre, em Teosofia, isto é, de um dos Sábios Imortais que protegem a evolução da humanidade  e o aprendizado das pessoas de boa vontade.
 
* A evocação “que o Senhor revele o seu rosto” e que “revele o brilho da sua face” está presente também  nos Vedas hindus. A noção de brilho da face sugere o Logos Solar, o espírito divino que habita o Sol, conhecido como  Ishwara em Raja Ioga. Trata-se do Senhor ou Inteligência coordenadora do nosso sistema solar, o representante da Lei em nossa pequena aldeia da galáxia local. A ideia corresponde ao “Irmão Sol” de São Francisco de Assis.  E não por acaso uma auréola dourada – um pequeno Sol – aparece em torno das cabeças dos Santos em  gravuras antigas e modernas.
 
* Os termos “Pai, Filho e Espírito Santo” correspondem a três aspectos da inteligência cósmica. Por outro lado, indicam os três princípios superiores da consciência humana: Atma, Buddhi, e Buddhi-Manas. Atma, o Pai, é a fagulha ou estrela. Simboliza a Lei e a totalidade absoluta imponderável. Buddhi, o Filho, é a luz espiritual, a compaixão universal. E Buddhi-manas, o Espírito Santo,  é a mente pura, o nível superior da mente, a inteligência espiritual no ser humano. Como centro ou expressão de Buddhi-manas, o Espírito Santo dá o dom de compreender todos os idiomas: a mente búdica e crística  vê a unidade na diversidade.
 
* A noção de “Senhor” também simboliza o nosso eu espiritual,  a parte imortal do nosso ser, o nosso anjo da guarda, a essência sagrada que fez com que nascêssemos e que nos protege a cada passo ao longo da vida.
 
Tendo presente esta contextualização básica da espiritualidade católica, vejamos o que diz a oração lida por Aracy:
 
Uma Oração Que Abençoa
 
Que o Senhor te abençoe e guarde.
Que ele te mostre o brilho de sua face, tenha cuidado e carinho contigo.
Que o Senhor te revele o seu rosto e te dê a paz.
Que Ele esteja à tua frente para te guiar.
Que Ele esteja atrás de ti para te proteger.
Que Ele esteja sobre ti para te iluminar.
Que Ele esteja dentro de ti  para te fortalecer.
E que, em cada dia do ano que se inicia,
Ele esteja a teu lado, amigo e companheiro de caminhada.
Assim,  nunca estarás sozinho,
Caminharás com Deus, que é Pai, Filho e Espírito  Santo.
Amém!
 
Esta é a bela oração.
 
Merece ser recitada com regularidade, porque transmite a força   mística, a graça divina e a inspiração superior presentes na tradição cristã. 
 
Om,  shanti.
 
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* Examine a seção temática A Rússia, a Teosofia e Helena P. Blavatsky.
 
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Helena Blavatsky (foto) escreveu estas palavras: “Antes de desejar, faça por merecer”. 
 
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